São frutos simples que apresentam pericarpo com reduzido teor de água na maturidade. O pericarpo abre-se também quando maduro, mediante fendas transversais, longitudinais ou irregulares, expondo as sementes (Souza, 2003).
De acordo com Vidal & Vidal (2007), temos os seguintes tipos de frutos:
Folículo: univalvo, com uma deiscência longitudinal, monocárpico, geralmente polispérmico. Cada carpelo forma um fruto isolado que se abre por uma fenda ventral. Ex: magnólia , chicha.
Legume: consta de um único carpelo bivalvo, com duas deiscências longitudinais, geralmente polispérmico. Ex: feijão, xiquexique.
Síliqua: fruto capsular bivalvo, com quatro deiscências longitudinais, abrindo-se de baixo para cima, sincárpico, geralmente polispérmico. Difere da vagem por ser formada por dois carpelos, separados por um septo, no qual estão as sementes. Ex: mostarda, couve.
Souza (2003) descreve que, de acordo com o número de carpelos e o tipo de abertura ou deiscência, esses frutos podem ser classificados em vários subtipos, sejam eles:
UNICARPELARES:
Legume: fruto simples, seco, unicarpelar, uniloculado, pluri ou unispérmico (muitas ou uma semente), com deiscência biscida (abre-se por duas fendas longitudinais, ao longo da sutura ventral e da nervura dorsal), bivalvo. É o fruto típico das espécies da família Fabaceae, como se observa em Leucaena glauca (leucena) e Acacia panículata (unha-de-gato).
Folículo: fruto simples, seco, unicarpelar, uniloculado, uni ou plurispérmico, deiscente por uma única fenda, ao longo da sutura ventral ou da nervura dorsal, univalvo. São exemplos os frutos de Sterculia chicha (chichá), Consolida ajacis (esporinha), etc.
Utrículo: fruto simples, seco, unicarpelar, uniculado, unispérmico, com deiscência irregular, longitudinal ou transversal. É exemplo o fruto de Chenopodium ambrosioides (erva-de-santa-maria).
PLURICARPELARES:
Síliqua: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero, bicarpelar, com os dois carpelos unidos em todo o contorno pela placenta (replum), plurispérmico, eventualmente unispérmico, com deiscência longitudinal (duas fendas), placentífraga. O replum é persistente e pode ser aberto, como nas espécies de Chelidonium e Cleome, ou apresentar-se com membrana totalmente fechada, observado em espécies de Arabis e Lunaria, ou fenestrado, como em Cochlearia. O fruto ocorre nas famílias Brassicaceae, Papaveraceae e Capparidaceae.
Cápsula: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero ou ínfero, pluricarpelar e plurispérmico. Abre-se por fendas longitudinais e conforme a localização das fendas é subdividida em outros tipos de cápsulas.
Opecarpo: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero ou ínfero, pluricarpelar, uni ou plurilocular, plurispérmico e com deiscência por meio de poros, os quais têm número, forma e localização predeterminados e constantes. Ocorrem espécies de Reseda, Antirrhinum e Campanula, e em Papaver orientale (papoula-oriental).
Pixídio: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero ou ínfero, bi ou pluricarpelar, uni ou plurilocular, plurispérmico; abre-se por fenda transversal na região superior do fruto, liberando um opérculo ("pequena tampa"). São exemplos os frutos de Lecythis pisonis, Plantago major, etc.
Fontes:
SOUZA, L. A. Morfologia e anatomia vegetal: célula, tecidos, órgãos e plântulas. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2003. 259p.il.
VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica – organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos – 4ª Ed. Viçosa: Editora UFV, 2007.124p. il.
http://docentes.esa.ipcb.pt/lab.biologia/disciplinas/botanica/morfologia.html
http://www.ufpe.br/taxonomia/Aula_Frutos_e_Sementes.pdf