sábado, março 03, 2012 By: Lorena Benck

Frutos Simples, Secos e Indeiscentes.

     Esses frutos possuem também pericarpo com baixo teor de água, são oriundos de um único ovário, e eles não se abrem na maturidade; o fruto todo ou parte dele constitui a unidade de dispersão (Souza, 2003). Distinguem-se vários tipos de frutos, descritos abaixo:

    Vidal & Vidal (2007), classifica-os em: 

1) Aquênio: pode ser monocárpico ou sincárpico, monospérmico,com a semente presa a um só ponto do pericarpo, ex: girassol, picão, serralha.

2) Cariopse: sincárpico, monospérmico, tegumento da semente totalmente ligado ao pericarpo, ex: arroz, trigo, milho.

3) Sâmara: monocárpico ou sincárpico, monospérmico, pericarpo com expansão alada, ex: olmeiro, cipó-de-asa.

4) Glande: também chamado de bolota, geralmente sincárpico, monospérmico, pericarpo envolvido na base por uma cúpula, ex; carvalho, sassafraz.

     Divisão segundo Souza (2003): 

1) Aquênio: fruto simples, seco, proveniente de ovário ínfero, bi a pentacarpelar, uni ou bilocular, com uma semente por lóculo. A semente não é concrescida com o pericarpo, ela pode estar aderida apenas frouxamente. Ocorre em espécies das famílias Asteraceae, como Helianthus annuus (girassol), Bidens pilosa (Picão-preto) e outras espécies;

2) Cariopse: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero, uni a tricarpelar, unilocular e unispérmico; pericarpo delgado, às vezes esclerificado, firmemente concrescido ou aderido à semente. O embrião é lateral e periférico. Fruto típico de espécies das famílias Poaceae, como Zea mays (milho), e Cyperaceae;

3) Sâmara: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero, comumente uni ou bicarpelar, unilocular, unispérmico; pericarpo provido de expansão laminar (asa ou ala). São exemplos os frutos de Gallesia integrifólia (pau-de-alho), de Centrolobium tomentosum (araribá ou araribá-rosa), entre outras;

4) Betulídio: fruto simples, seco, proveniente de ovário ínfero, bi a pluricarpelar, uni a bilocular, com uma semente por lóculo. É um fruto semelhante à sâmara, mas como é oriundo de ovário ínfero, a asa ou ala é talâmica e não pericárpica. Ocorre em Betulaceae;

5) Lomento: fruto simples, seco, proveniente de ovário súpero unicarpelar, unilocular, uni a plurispérmico. O fruto decompõe-se em fragmentos ou segmentos não correspondentes ao carpelo total. Em geral, os segmentos não são iguais entre si, podendo apresentar um gancho ou cerda espinulosa, ou uma formação alar. A forma dos segmentos é variável. Exemplo é o fruto de Desmodium adscendens (carrapicho-beiço-de-boi ou amor-agarrado);

6) Craspédio: fruto simples, seco, que difere do lomento pelo fato de as nervuras dorsal e ventral (sutura) constituírem uma moldura resistente. Como essa moldura não se segmenta com as lâminas carpelares, os segmentos unispérmicos se desprendem, deixando intacta a moldura. Ocorre em espécies dos gêneros Mimosa e Scharanckia;

7) Nucídio: fruto simples, seco, bicarpelar, unilocular, unispérmico. Ocorre em espécie de Corylus (avelã);

8) Glandídio ou Bolota: fruto simples, seco, tri a heptacarpelar, unilocular e unispérmico. O fruto é envolto totalmente, ou apenas na sua base, por uma formação bracteal, constituindo "cápsula" ou "cúpula". É fruto típico de espécie de Quercus (carvalho), com cúpula basal, e de Castanea ,com cápsula envolvente;

9) Legume e Folículo Indeiscentes: frutos simples, secos, unicarpelares, com estrutura semelhante à do legume e do folículo, que são frutos tipicamente deiscentes. Distinguem destes por não apresentar aparelho ativo de deiscência, não se abrindo, portanto, na maturidade sua identificação geralmente só é possível mediante análise anatômica do pericarpo, que permite a observação de resíduos de tecido de separação apenas na sutura ou região ventral (folículo) ou nesta região e na dorsal (legume). São exemplos os frutos de Peltogtne confertiflora (jatobá) e Enterolobium schomburgkii (orelha-de-negro ou tamboril).

Fontes:
SOUZA, L. A. Morfologia e anatomia vegetal: célula, tecidos, órgãos e plântulas. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2003. 259p.il. 
VIDAL, W. N.; VIDAL, M. R. R. Botânica – organografia: quadros sinóticos ilustrados de fanerógamos – 4ª Ed. Viçosa: Editora UFV, 2007.124p. il. 
http://www.anatomiavegetal.ib.ufu.br/pdf-recursos-didaticos/morfvegetalorgaFRUTO.pdf 
http://dinakaufman.com/artigos/graos/

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